sexta-feira, abril 13, 2012

Turismo LGBT no Brasil

Apesar de o número de homossexuais brasileiros ultrapassar 16 milhões de pessoas, os investimentos para turistas do segmento GLS só começou a ser explorado há pouco mais de cinco anos. Já nos Estados Unidos, esse nicho de mercado movimenta anualmente 50 bilhões de dólares.
Há até uma associação com sede na Flórida reunindo as empresas que atuam no setor. A International Gay and Lesbian Travel Association (www.iglta.org) tem 1200 membros no mundo todo, e opera com gigantes do porte da American Airlines, British Airways, Carlson Wagonlit e Holiday Inn. O Brasil comparece com a rede de hotéis Othon e as agências The Clube e Ipacom, entre outros.
Opções de destinos GLS
São Paulo e Rio de Janeiro são consideradas as capitais gays da América do Sul por oferecerem, além de opções de lazer, um menor grau de preconceito contra a comunidade GLS. A capital pernambucana Recife vem se destacando como um dos principais destinos de homossexuais no Brasil.
Eles se reúnem principalmente na Praia de Calhetas, Boa Viagem e até Porto de Galinhas, a 100 quilômetros da capital. Salvador, Fortaleza e Florianópolis também são encaradas como lugares gay-friendly, porque possuem uma comunidade gay atuante e uma vida noturna agitada. Paraty, Angra dos Reis e Búzios, no Rio de Janeiro, também já despontam na preferência do público homossexual.
Roteiros para homens e mulheres GLS
Numa tendência mundial do turismo, as viagens GLS também estão subdivididas em roteiros só para homens, só para mulheres e mistos. Os rapazes preferem programas mais urbanos, com boas opções em vida noturna. Costumam viajar em grupo de amigos (ou com outros casais) e querem pacotes com serviço de guia e assistência no destino da viagem.
Já as mulheres apreciam programas ecológicos e gostam de ficar em hotéis mais rústicos, desde que aconchegantes. A Chapada Diamantina é uma das viagens mais procuradas pelo público feminino, enquanto Fortaleza atrai os turistas masculinos.
Hotéis para público GLS
No Brasil, o único hotel do gênero é o recem-inaugurado Absolut Resort, na Praia da Lagoinha, a 50 minutos de Fortaleza, Ceará. Numa área de 8.700 metros há 32 bangalôs, piscina, sauna, academia de ginástica, restaurante, boate e área para shows.
No exterior, esses estabelecimentos são bem comuns – em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, por exemplo, existem cerca de trinta hotéis direcionados ao mercado GLS. Há lugares que se especializaram ainda mais e aceitam só gays ou só lésbicas como hóspedes. É o caso do Hotel Timberfell Lodge, no Estado americano do Tennessee, voltado apenas para eles, e do Hotel Queen of Hearts, em Palm Springs, Califórnia, só para elas.
Destinos no Exterior
Entre os lugares que se tornaram moda entre os gays e lésbicas estão a ilha grega de Mykonos e a Ilha de Ibiza, na Espanha. Nos Estados Unidos, Palm Springs, na Califórnia, começou a atrair a comunidade GLS nos anos 60 e permanece em alta, seguida por cidades como Key West, Miami e Fort Lauderdale, na Flórida; Provincetown (ou Ptown, como também é chamada), em Massachusetts e San Francisco, na Califórnia.
No México, eles procuram Acapulco e Puerto Vallarta, que tem até trecho da praia predominantemente gay. Sydney, na Austrália, promove dois eventos concorridos, com milhares de visitantes: o Mardi Gras gay e os Gay Games.
Outros lugares disputados são Bangcoc, na Tailândia; Copenhague, na Dinamarca, e Porto Rico.
Em uma reportagem recente, o site www.gay.com relacionou os 10 destinos mais românticos para casais GLS – e onde eles não enfrentam discriminação.
Nos Estados Unidos, foram votados Havaí, Vermont, Santa Fé e Provincetown. Na Europa: Paris e Praga. Também tiveram boa cotação Montreal, no Canadá; St. Barts, no Caribe; Cidade do Cabo, na Áffrica do Sul, e Puerto Vallarta, no México.
Cruzeiros especí­ficos para turistas GLS
Foram justamente os roteiros com cruzeiros que impulsionaram o segmento de turismo GLS. A primeira viagem desse tipo foi feita em 1986, pela empresa Olivia Cruises (www.oliviatravel.com), que fretou um navio só para mulheres, num programa de quatro noites pelas Bahamas.
Passados dezesseis anos, a operadora já organizou mais de cinquenta excursões pelo mundo e atendeu cerca de 30000 clientes. Nesses passeios, tudo é desenvolvido sob medida – shows, músicos, comediantes, DJs e funcionários são recrutados para atender o público feminino. Por isso, esses cruzeiros são um pouco mais caros do que os convencionais.
Cuidados em paí­ses hostis ao turista GLS
Em países muçulmanos mais radicais, o homossexualismo é considerado crime. Trocar carícias em público no Egito com uma pessoa do mesmo sexo pode dar cadeia. Já em países asiáticos como a China, é comum homens andarem de mãos dadas, sem qualquer conotação sexual. Por isso, convém pesquisar os hábitos culturais antes de viajar, usando a internet ou guias de turismo. Se os costumes são rígidos, evitará riscos quem adaptar o comportamento aos padrões locais. As grandes cidades sempre tém publicações gays (muitas delas distribuídas nos hotéis) que relacionam bares e restaurantes voltados à  turma GLS. Mas fazer contato com os homossexuais locais ainda é a melhor maneira de conseguir dicas.
Direitos e benefícios do turista GLS
Pela política adotada pelas companhias aéreas American Airlines e U.S. Airways, que fazem võos domésticos nos Estados Unidos, benefí­cios como passagens descontadas do plano de milhagem e acesso à  sala vip nos aeroportos podem ser usados pelo parceiro do cliente titular, independentemente do sexo. Ele também tem direito a incorporar as milhas acumuladas, em caso de morte do titular. Na rede Marriott, os pacotes de lua-de-mel também podem ser usados por casais homossexuais.
Um dos hotés do grupo, o Marriot Frenchman´s Reef and Morning Star Beach Resort (www.offshoreresorts.com), nas Ilhas Virgens, no Caribe, realiza celebrações de casamento – por enquanto, um ato simbólico sem valor judicial. Benefícios como esses são mais comuns nos Estados Unidos, onde a comunidade gay é muito maior do que nos outros países e, por estar organizada em associações, tem mais poder de negociação com as empresas.
Fonte: Rerigay

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