Facebook exclui foto de beijo gay

O Facebook decidiu remover uma fotografia de dois homens se beijando e o ato virou polêmica. A foto é do grupo de arte gay espanhol "Visible Culture LGBT", cuja intenção era difundir um documentário que visa a criação de um Museu de Cultura Gay na Espanha. 

"Para eles, um beijo entre dois homens é uma questão delicada", disse o organizador do projeto, Pablo Peinado, ao El País sobre a atitude. Ele acredita que a imagem deve ser considerada ofensiva para o Facebook.

A rede social deixa claro em suas regras que as imagens publicadas “não devem fazer referência a temas políticos, sexuais ou outras questões delicadas” e em email enviado à organização, alega que a fotografia do beijo gay foi eliminada por "violar as normas de publicidade do Facebook" . No entanto, afirmou depois que a exclusão pode ter acontecido devido a erros técnicos e pretende investigar o caso. 

[Texto retirado do site Uol: http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/lifestyle/2012/03/26/297053-facebook-exclui-foto-de-beijo-gay]

Minhas considerações:

Ao me deparar com essa notícia na internet, me coloquei a perguntar a maior de todas as questões: POR QUE?...

Se formos ajustar as respostas, entraremos em inúmeras "possíveis respostas não relevantes", mas chego a minha conclusão da seguinte forma: Temos um rede social, que se diz aberta, gratuita e sem efeitos discriminatórios, afinal de contas reflete a vida social de cada indivíduo que se coloca integrante dela. A partir desses pontos encontramos algumas discordâncias, que nos remetem ao fato da reportagem.

Pois bem, se é uma rede social, qualquer publicação e postagem que viesse a ser ali disponibilizada, mesmo dentro de suas regras, deveria ser muito bem analisada, com ou sem denúncia, mas sabemos que conseguir manter dentro de um limiar justo uma rede com tamanho número de publicações e adeptos é simplesmente IMPOSSÍVEL. Logo, para que haja uma avaliação de caso ou de conteúdo, as denúncias feitas por seus integrantes é que fazem com que essas análises ocorram e a partir delas sejam tomadas atitudes como a da retirada da foto, assim como qualquer bloqueio, restrição ou anulação de postagem.

Se um beijo gay foi retirado, enquanto publicação, é um sinal de que isso foi denunciado por alguém que se sentiu ofendido por ela. Se foi aberto esse precedente, devemos concluir que isso seja aplicado a qualquer caso que assim vier a acontecer, porém entramos em desacordo com uma das principais formas de IGUALDADE de expressão e JUSTIÇA na manifestação de pensamentos, aquela que se coloca de cara, quando abrimos a página do Facebook, a frase que aparece logo abaixo de um link para atualização de status: "No que você está pensando?"... 

Se me é dada a liberdade de propagar um pensamento, por que restringir isso a uma manifestação simples de afeto - um beijo - isso sem fazer distinção sexual ou de "orientação" (como muitos dizem), afinal de contas é essa a política das redes, a possibilidade de ser transparente, real e direto. A retirada de um beijo gay da mídia social acaba por provocar a sensação de retalhação ao meio gay, já que a IGUALDADE, buscada por todos, ao mundo LGBT muitas vezes só ocorre na internet, onde o refúgio de grande parte de nós é construído. E, além de tudo, temos a possibilidade de encontrar e debater por aqui a empreitada de lutas, protestos e avanços dentro dos DIREITOS que nos são privados.

Se essa restrição de manifestação de afeto foi feita ao público gay, fica a pergunta... E os beijos entre Heterossexuais, que pipocam em nossas telas, devemos nos sentir ameaçados, denunciar e assim buscar uma retalhação contra nossa restrição? Não, pois conseguimos encontrar nessas publicações a força de um afeto registrado e compartilhado, coisa que muitos insistem em barrar, por medo, vergonha ou mesmo desprezo, somente por ser entre pessoas do mesmo sexo.

Construir uma restrição desse tipo, implica transformar a rede social em uma fantasia, um Second Life, baseado em fatos reais, para que os IGNORANTES que se reproduzem pelos meios sociais achem apoio ou "vida tranquila". Queridos mantenedores dessa rede social, cuidado com as decisões tomadas, não façam da rede a força para promulgar as bestialidades.

Sugestão: Se forem fazer qualquer adaptação ou se quiserem manter a rede social como está, por favor, mudem o nome para MASKBOOK, afinal de contas, se é para mascarar a vida, sejamos diretos.

Roger Angeli, 25 anos, Professor e Gay.