sexta-feira, junho 29, 2012

Jovem homossexual é morto a pauladas e jogado no Rio Paraíba, em Volta Redonda


VOLTA REDONDA - O delegado da 93ª DP (Volta Redonda), Antônio Furtado, está investigando a morte de Lucas Ribeiro Pimentel, de 15 anos. A polícia já sabe que o latrocínio - roubo seguido de morte -, também teve motivações homofóbicas, uma vez que o crime foi praticado com requintes de crueldade.

O corpo do jovem foi encontrado na quinta-feira, justamente no Dia do Orgulho Gay, boiando no Rio Paraíba do Sul, próximo ao bairro Retiro, em Volta Redonda, no Sul Fluminense. O vice-presidente do Conselho Municipal da Juventude, Adeílson Paula de Oliveira, foi ao sepultamento do jovem nesta sexta-feira, no Cemitério Municipal de Volta Redonda.

Antes de ser jogado no rio, o rapaz foi espancado a pauladas e empalado, além de ter os dois olhos furados. Eu o conhecia. Ele era gay assumido. Ele não fazia mal a ninguém e não era envolvido com drogas – disse Adeílson.

Segundo testemunhas, o rapaz estava com R$ 900, que foram roubados. Lucas foi visto pela última vez na noite de sábado em um show, na Ilha São João. Antes de desaparecer, ele chegou a informar a dois conhecidos que viajaria para o Rio após o evento. A família de Lucas chegou a registrar o desaparecimento dele na delegacia.

O rapaz morava no bairro Açude. Ele costumava a frequentar a casa da mãe, no bairro Voldac, também em Volta Redonda.

Nesta semana, um caso de homofobia na Bahia ganhou destaque na mídia. Dois gêmeos que caminhavam abraçados foram espancados por cerca de oito pessoas na madrugada do último domingo quando voltavam do Camaforró, na cidade de Camaçari (Grande Salvador). José Leonardo da Silva, de 22 anos, morreu no local ao receber várias pedradas na cabeça. José Leandro foi levado ao Hospital Geral de Camaçari com um afundamento na face, mas recebeu alta.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/jovem-homossexual-morto-pauladas-jogado-no-rio-paraiba-em-volta-redonda-5355542#ixzz1zFN2MnsB 

Redução no número de mortes por HIV pode contribuir para prática do sexo desprotegido


Por: Genilson Coutinho
O último relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) mostrou que 700 mil óbitos relacionados à doença foram evitados no mundo apenas no ano de 2010. “Isso pode estar relacionado com a melhoria na eficácia dos medicamentos antiretrovirais, mas não significa que os casais devam se descuidar. A prevenção ainda é o melhor remédio”, alerta o urologista especialista em andrologia, Francisco Costa Neto.
Segundo Neto, a medicina avançou nos tratamentos e ajudou a aumentar a expectativa de vida dos soropositivos, mas estes números devem ser encarados com responsabilidade, pois podem abrir espaço para o sexo desprotegido. “As pessoas tem uma falsa sensação de proteção e acabam refreando o uso do preservativo, o que é um grande erro, já que elas ficam mais expostas ao HIV e outras DSTs, além da gravidez indesejada”, pontua Neto.
Outro ponto importante que o urologista destaca é a necessidade permanente de programas e políticas públicas que desenvolvam ações educativas e preventivas junto à população. “Vemos uma grande movimentação de campanhas de prevenção à AIDS durante o verão e o carnaval, devido ao aumento nos índices de exposição ao sexo desprotegido, mas isso deveria ser um assunto constante nas escolas e no cotidiano da sociedade”, conclui Neto.

Irmãos gêmeos são alvo de homofobia em Camaçari e um deles morre


Um jovem morreu e seu irmão gêmeo ficou gravemente ferido na madrugada deste domingo (24) após sofrerem um atentado na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador.
Segundo informações da Central de Polícia e do posto policial do Hospital Geral de Camaçari (HGC), José Leonardo da Silva e José Leandro da Silva, ambos de 22 anos, estavam na festa de São João da cidade quando foram abordados por um grupo de homens, ainda não identificados, por volta das 4h30.
As vítimas foram espancadas e segundo informações da polícia o motivo da agressão foi a suspeita dos jovens serem homossexuais. Eles foram socorridos por uma viatura da Polícia Militar (PM) para o HGC, mas Leonardo não resistiu aos ferimentos e morreu durante o atendimento na unidade hospitalar.
Leandro continua internado. Seu estado de saúde é desconhecido. Ainda segundo o posto policial, os acusados foram presos e se encontram na carceragem da 18ª Delegacia Territorial (DT/Camaçari), que investiga o caso. Com informações do Correio da Bahia

Secretaria Direitos Humanos anuncia a criação de Comitês Estaduais de Enfrentamento à Homofobia


A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), anunciou na última quinta-feira (28), em Brasília, a criação de Comitês Estaduais de enfrentamento à Homofobia. O anúncio foi feito em ocasião do Dia Mundial do Orgulho LGBT- Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais. Os comitês, de acordo com a Ministra Maria do Rosário, terão como principal missão monitorar a  mplementação de políticas públicas, acompanhar ocorrências de violências homofóbicas para evitar a impunidade e trabalhar para a sensibilização dos poderes públicos para a garantia de direitos do segmento.
“Diante da gravidade das violações aos Direitos Humanos LGBT, é fundamental termos comitês instalados em cada estado brasileiro para o enfrentamento à violência contra o segmento. Vamos constituir parceiros para juntos – governo e sociedade – revertermos este grave quadro de violações”, afirmou Rosário, citando como exemplo o caso dos irmãos gêmeos da Bahia, que foram agredidos por estarem caminhando abraçados na rua. Um dos jovens ficou gravemente ferido e outro morreu.
Os comitês serão criados a partir de parcerias com os governos estaduais, conselhos regionais de psicologia, comissões de direitos humanos da Ordem
dos Advogados do Brasil, Ministério Público estadual, poder judiciário,  efensorias Públicas, comissões de direitos humanos das Assembleias Legislativas,  gestores LGBT e os movimentos sociais. Além dos comitês estaduais, também será criado um comitê nacional, que coordenará a ação dos
demais comitês.
Dados – A ministra divulgou dados do Relatório Sobre Violência Homofóbica
no Brasil, produzido com base em dados do Disque Direitos Humanos – Disque
100, do Disque 180, da Secretaria das Mulheres e do Ministério da Saúde, que revelam  queentre janeiro e dezembro de 2011, foram denunciados 6.809 violações aos direitos humanos contra a população LGBT, envolvendo 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos. A média de violações diárias no período foi de
18,6.  A maioria dos agressores (61,9%), são conhecidos da vítima. O perfil das vítimas é de 34% do gênero masculino, 34,5% do gênero feminino, 10,6%
travestis, 2,1% de transexuais e 18,9% não informado. A maioria das  enuncias (41,9%), foram feitas ao Disque 100 pela própria vítima.

Pouco antes do anuncio da criação dos comitês, Maria do Rosário manifestou apoio à campanha deflagrada pelo Conselho Federal de Psicologia, em parceria com o movimento LGBT, contrária à chamada “terapia de reversão da
homossexualidade”. De acordo com a ministra, todas as políticas públicas do
governo para assegurar direitos à população LGBT estão em concordância com resolução do Conselho Federal de Psicologia, que é contrária a qualquer iniciativa de taxação da homossexualidade como doença, bem como da adoção de práticas clínicas para o seu tratamento.

sábado, junho 09, 2012

Saúde distribui camisinhas em metrô de SP às vésperas da 16ª Parada Gay

Um painel com 5 mil camisinhas coloridas foi instalado na estação República do Metrô de São Paulo na manhã desta sexta-feira (8), às vésperas da 16ª edição da Parada Gay, que ocorrerá no domingo (10), a partir do meio-dia, na Avenida Paulista.

A ação da Secretaria de Estado da Saúde pretendia que os usuários das linhas amarela e vermelha retirassem os preservativos, o que começou por volta das 10h.
Em pouco tempo, restavam poucas unidades. Sem a cobertura, era possível ler o slogan da campanha: “Proteja seu orgulho. Use camisinha”.
Não foi estabelecido um limite de unidades por pessoa, e o conteúdo não será reposto. O painel vai ficar na estação até domingo.
A campanha da secretaria também vai percorrer 64 bares e baladas da cidade para distribuir 495 mil camisinhas até domingo (10). Os estabelecimentos-alvo ficam nas regiões da Avenida Paulista, das ruas Augusta e Frei Caneca, do Largo do Arouche e da Vila Madalena.
Também será entregue material informativo sobre sexo seguro e prevenção da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Durante a Parada Gay, a secretaria colocará dez artistas com fantasias e pernas de pau para desfilarem. Além disso, haverá ações nas redes sociais, com a hashtag #protejaseuorgulho.

Observações extras:
Em pouco tempo, usuários das linhas amarela e vermelha do Metrô retiraram os preservativos. Campanha vai distribuir mais 495 mil unidades em 64 bares e baladas (Fotos: Divulgação/Secretaria de Estado da Saúde)

Turistas chegam a SP para participar da Parada LGBT no domingo


Domingo tem a Parada do Orgulho Gay. A de São Paulo é a maior do mundo, segundo os organizadores. Milhares de pessoas devem lotar a Avenida Paulista e muitos turistas já chegaram à cidade. O movimento é grande nos hotéis, bares e restaurantes.
A região da Avenida Paulista concentra quase a metade dos hotéis de São Paulo, com 18 mil leitos. E já não tem mais vaga nos econômicos e nos supereconômicos. Em um deles, na Alameda Campinas, só sobraram oito dos 160 quartos. O hotel treinou os funcionários para receber o público gay.
As lojas também lucram com os milhões de pessoas que vem para a parada. Um comerciante da região reforçou o estoque de camisetas e canecas e já vendeu bastante. Com mais movimento, ele não deu folga para nenhum vendedor neste feriado.
O evento já está movimentando a cidade. Nesta quinta-feira (7), a Feira Cultural LGBT coloriu o Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo. A feira faz parte da programação da parada. Teve venda de roupas e acessórios, distribuição de camisinhas e diversos shows. Entre as 120 barracas, muitas de ONGs que atuam contra a homofobia.
16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
Data: 10 de junho
Horário: concentração a partir das 10h em frente ao Masp. Início às 12h
Local: Avenida Paulista


Vendo os dois lados: Parada Gay se transforma em rede de intrigas


Neste domingo (10), a Avenida Paulista deve ganhar um colorido especial ao ser ocupada por um público estimado em 4 milhões de foliões. Eles são esperados para curtir a Parada Gay, cuja 16ª edição vem com o slogan “Homofobia tem cura: educação e criminalização”. O evento é conhecido por reunir tribos que incluem gays, lésbicas, transexuais e simpatizantes em geral. Todos têm o mérito de levar São Paulo ao topo do ranking do “Guinness Book” por sediar a maior aglomeração do gênero no mundo. Só os turistas de outros municípios e estados deixam por aqui mais de 200 milhões de reais, segundo cálculos da SPTuris. Ao lado da Virada Cultural, é a segunda maior festa da cidade.
Esse clima fraterno, no entanto, contrasta com a guerra protagonizada por militantes da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), organizadora do evento. Motivos para o bafafá não faltam: os patrocínios minguaram, o número de trios elétricos foi reduzido e o prestígio entre os ativistas está abalado.
Professor universitário de sociologia, Ideraldo Beltrame abdicou do cargo de presidente da organização em outubro após ser comunicado, por e-mail, que integrantes da diretoria haviam trocado a fechadura das portas da sede, na Praça da República, supostamente para impedir sua entrada. “Não me deixaram fazer uma gestão correta e em prol da comunidade”, diz. Entre outras tarefas, Beltrame tinha a missão de construir uma sede própria para a APOGLBT, hoje locatária de um imóvel de 100 metros quadrados caindo aos pedaços, pelo qual desembolsa 1.400 reais por mês. Também pretendia resgatar a credibilidade da associação.
Em 2010, a Parada contou com 600.000 reais de patrocínios, sendo o principal deles um aporte de 300.000 reais do Ministério do Turismo. Mas, por não ter realizado prestação de contas de seus gastos, a parceria não foi renovada no ano passado. “Quem confia em uma entidade inábil para comprovar onde investiu cada centavo recebido?”, questiona Beltrame. Outros parceiros também fecharam a torneira, caso da fabricante de preservativos Olla, que em 2011 contribuiu com cerca de 70.000 reais. Petrobras, Caixa Econômica Federal e Sindicato dos Comerciários, com ajuda de 200.000, 100.000 e 25.000 reais, respectivamente, são os apoiadores da atual edição.
Beltrame foi eleito no fim de 2010 em uma votação tumultuada. Ele havia sido convidado para encabeçar a chapa criada pelo advogado e pai de santo Fernando Quaresma, que assumiu a presidência após sua renúncia, e pelo gestor ambiental Nelson Matias Pereira, do corpo de conselheiros. Entre idas e vindas, essa dupla faz parte do comando da associação há uma década. Com direito a troca de insultos, o barraco se deu porque alguns interessados foram impedidos de votar ou assistir à eleição. “Apenas ser gay não dá credencial de voto”, justifica Quaresma. “Nosso estatuto exige ser associado e estar em dia com a anuidade de 240 reais.”
No entanto, o empresário e pré-candidato a vereador Douglas Drumond, dono do recém-inaugurado hotel gay Chilli Pepper, no centro, alega que foi impedido de se cadastrar. “Tentei me filiar mais de vinte vezes. Todas em vão”, afirma ele, que entrou com uma ação na Justiça para obter sua carteirinha de sócio. Uma audiência está marcada para quinta (14), logo na ressaca pós-evento.
O brilho da parada também tem sido ofuscado pela quantidade de trios elétricos de sindicatos, acusados de contratar DJs amadores e deixar de caprichar na decoração. Dos catorze carros que vão desfilar nesta edição, quatro são de entidades trabalhistas, quatro da APOGLBT, dois da prefeitura e um pertence a uma ONG. Só três são do setor privado. Isso ocorre porque donos de baladas ou qualquer outro negócio precisam desembolsar 10.000 reais de taxa de inscrição (isenta para sindicatos e ONGs), além de gastar com seguranças, aluguel do trio, bufê... O investimento total pode chegar a 80.000 reais.
Sócio das baladas The Week e The Society, André Almada avalia que não vale a pena. “Há muitos camelôs ao redor, e o evento perdeu seu glamour”, diz. “Os organizadores deveriam criar políticas de patrocínio para trazer DJs internacionais e ter carros mais equipados.”
Para amenizar as despesas, a drag queen Salete Campari vende, a 500 reais, abadás aos interessados em sacolejar em cima de seu carro alegórico. Além de levar go-go boys, a “Marilyn Monroe do Largo do Arouche” promete recepcionar a senadora Marta Suplicy, a cantora Rita Cadillac e a arquiteta Brunete Fraccaroli. Já os sindicalistas usam do expediente da militância para justificar sua presença: “Somos a favor da igualdade de oportunidades”, afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah.
Criada em 1997, a Parada Gay paulistana nasceu para lutar pelos direitos dos homossexuais e atraiu um público de 2.000 ativistas. A exemplo do ocorrido em cidades como Berlim e Londres, a passeata ganhou visibilidade e a simpatia da população. Consequentemente, transformou- se em uma peça-chave do calendário turístico local. “Trata-se de um patrimônio da cidade”, acredita o presidente da SPTuris, Marcelo Rehder. O gasto médio dos visitantes é de 1.813 reais e eles ficam cerca de seis noites hospedados na cidade.
A notoriedade da festa rendeu a São Paulo o título de quarta cidade mais “gay friendly” (algo como simpatizante da causa) do mundo, atrás apenas de Tel-Aviv, Nova York e Toronto, segundo pesquisa organizada por um site GLS americano e pela companhia aérea American Airlines. “A parada é essencial em nossa luta por igualdade, é inadmissível que ela seja administrada como se fosse a casa da maria joana”, diz Drumond.
PÚBLICO EM ALTA, REPUTAÇÃO EM BAIXA

O colorido evento atrai multidão, mas disputas internas se refletem em investimento menor

4 milhões de participantes, sendo que 16% são turistas

325.000 reais de patrocínio, 45% a menos que em 2010

14 trios no desfile, três a menos que em 2011
1.500 policiais participam da operação 
1.813 reais é o gasto médio dos turistas
6 horas é a duração da festa 
280 seguranças cuidam dos trios 
51 ambulâncias prestam assistência 
128 furtos foram registrados no ano passado