sexta-feira, agosto 31, 2012

Manifesto Gay sobre Homofobia Evangélica

Texto de Missão LGBT
Porque tanta homofobia no contexto evangélico brasileiro?

         O principal objetivo desse manifesto é se focalizar na homofobia dentro do contexto evangélico brasileiro dos últimos anos. Apesar de reconhecer a importância de se falar também na homofobia dentro do contexto da Igreja Católica. Mas os principais motivos para não entrar nesse assunto agora é que a própria essência da teologia católica a respeito da sexualidade está estagnada no tempo de “mil anos” atrás! Então, como iniciar um diálogo sensato sobre a homossexualidade com uma teologia que considera o sexo exclusivamente para a reprodução, proíbe a utilização de camisinha aos seus fiéis, não aceita o divórcio e exalta o celibato como ápice da piedade e santidade?
            Por outro lado, a teologia protestante ou evangélica, apresenta-se “um pouco” mais aberta à discussão. Nela há possibilidade de questionamento, apesar de pouca. Esse é um dos motivos pelo qual me restringi a falar especificamente da teologia e igreja evangélica. Não só por isso, mas principalmente porque me sinto mais a vontade, sendo cristão, leitor da Bíblia e ter minha formação em teologia em um seminário batista; O tema da homofobia me convocou especialmente por ser gay e conviver com bullying’s e violências homofóbicas diariamente há anos. Além disso, a pesquisa feita na USP, pela Fundação Perseu Abramo e coordenada pelo professor Gustavo Venturi em 2009, mostra que os evangélicos são os religiosos mais homofóbicos no Brasil. Entre os religiosos que têm tendência a comportamentos homofóbicos, os evangélicos lideram o ranking com 31%, contra 24% dos católicos, 15% dos praticantes do candomblé e 10% dos kardecistas.
Diante de tal violência em nome de Deus, resolvi abordar os dois temas ao mesmo tempo: homofobia e a igreja evangélica, ou como prefiro chamar: “homofobia cristã evangélica”, que atinge não só os gays cristãos, mas à sociedade em geral. 
Resolvi utilizar esse termo especificamente, porque acho mais apropriado, uma vez que se verifica entre os religiosos, uma particularidade na homofobia. Poderia se dizer que homofobia cristã evangélica nada mais é que a utilização de interpretações literais da Bíblia por grupos fundamentalistas evangélicos para impor o seu estilo de vida religioso à toda sociedade civil brasileira. Ou seja, alguns líderes oportunistas querem impor à sociedade um jugo que nem os próprios cristãos conseguem carregar, como os próprios fariseus e religiosos faziam nos tempos de Jesus, e que Jesus combatia veemente.
Me espanto sempre com a homofobia no Brasil a cada vez que vejo e revejo reportagens e noticias sobre violências contra homossexuais na mídia, quando ouço muito mais fatos através de amigos, quando fico sabendo que o Brasil é o país que mais mata gays no mundo e principalmente quando eu mesmo sofro “na pele” com o preconceito. Preconceito que nos atos mais sutis de sua manifestação, são por vezes os mais dolorosos: são aqueles que quando pessoas especiais de repente mudam completamente sua relação com você pelo simples fato de tomar conhecimento de sua orientação sexual, o que ocorre principalmente entre os “irmãos” evangélicos.
Como ultimamente tem crescido o avanço do ódio e a luta contra os direitos das pessoas lgbtts, tendo como carro chefe a bancada de religiosos na política e pastores midiáticos vendedores de bugigangas milagrosas, decidi escrever esse artigo, até mesmo como estratégia de desabafo, o que na psicanálise poderia ser chamado de sublimação.
Não são raras as vezes que me deparo meditando e buscando entender: Porque tanta homofobia no meio evangélico? Eu realmente questiono isso porque quando eu leio os evangelhos, os ensinamento de Cristo e vejo seu exemplo, me esforço para ser um discípulo Seu. E como um discípulo dele, eu procuro sempre me olhar com atenção para os excluídos e com os que sofrem, assim como aprendi com o Mestre através das Escrituras e do meu relacionamento pessoal com ele. A parábola do Bom Samaritano apresentada por Jesus, é a que mais descortina a situação de desamor que vivemos hoje com a Igreja de Cristo em relação aos gays no Brasil. Como na parábola, os sacerdotes e levitas passam de largo ao ouvir os gritos dos gays quando precisam, e mais do que isso, os acarretam com mais sofrimentos. Então aparece outro em cena, o Bom Samaritano, alguém que não era considerado pelos religiosos como um bom religioso, e ele ajuda o ferido, necessitado e injustiçado, sendo este Samaritano, figura de alguém que ama o seu próximo, ao contrário dos sacerdotes e levita ocupados com suas próprias mesquinharias.
O discurso evangélico sobre os gays não muda, é sempre a mesma hipocrisia velada: Amamos os gays, MAS não aceitamos a prática do homossexualismo – termo médico referente à doença já abolido pela medicina e usado ainda pelos “fariseus”. Continuam dizendo: “Amamos os gays, assim como também amamos os assassinos, os ladrões, os estupradores, os pedófilos, etc. Desculpe, o dito amor está muito distante de ser verdadeiro, ao comparar com criminosos: é como se fosse um amor de segunda classe: “com um amor amo minha mãe, família, igreja e amigos, com outro amo os assassinos, ladrões, pedófilos e gays”. Enquanto afirmam: “amamos os gays”, pastores midiáticos famosos conclamam multidões para “baixar o porrete em cima dos gays, para esses caras aprenderem” (Sr Silas Maldafala) em plena rede de TV nacional. Enquanto dizem: “amamos os gays, dizem que tem o direito de xingá-los de bichas, veados, imorais, promíscuos, pedófilos, aliciadores de menores, traficantes e de bater nos gays ou até matar sem receber pena aumentada por discriminação. Tais “evangélicos” dizem que amam, mas usam o ódio contra os homossexuais como pretexto (evangélico vota em evangélico) para eleger candidatos a fim de evitar que um grupo tenha direito de ter seus direitos de cidadão assegurados no seu país.
Diante de tantos motivos para indignar qualquer “pessoa de bem” desse país contra essa “igreja” “amorosa”, tentei elencar alguns fatores sociais que talvez pudessem explicar porque o Brasil, mesmo sendo considerado o país mais cristão do mundo, o país é campeão em matar gays e lgbtt no mundo; à frente inclusive dos países muçulmanos que tem leis para matar gays e mulheres em praça publica. Não só isso, mas por que o ódio e a violência na população brasileira contra os gays e lgbtts, não tem diminuído, mesmo com a ascensão econômica dos últimos anos, a qual colocou o Brasil em 6° lugar no ranking dos países mais ricos do mundo?
Primeiro faz-se necessário lembrar que historicamente o Brasil é um país de tradição católica, desde a sua colonização. Fato que poderia nos indicar uma forte tendência moral e ética religiosa no povo, mas sabemos que não é assim. Pois por mais que o Brasil seja o maior país católico do mundo, a corrupção, a prostituição, a pobreza e outras mazelas sociais ainda estão presentes no país.
Dentro desse contexto, nasce outro fenômeno religioso no país: o surgimento do movimento protestante. Que poderia se dividir em três grupos, em três tempos distintos. Inicialmente vê-se o protestantismo das igrejas históricas com presença maciça de missionários vindos do exterior. Depois o crescimento espantoso dos pentecostais, principalmente nas classes mais baixas, e por último, o surgimento dos neopentecostais nos últimos 30 anos, com as mega-churchs que arrastam as massas através da mídia.
Segundo estimativas do IBGE com a Fundação Getulio Vargas, até 2009 a população evangélica no Brasil era de 20,2%. Estimativas da SEPAL (Superintendência de Evangelização para a America Latina) afirma um numero maior: um pouco mais de 30%. A estimativa de crescimento da fé evangélica é de 50% para a próxima década. A maioria dessa população são novos membros advindos do catolicismo, que aderem à nova religião por promessas melhores que as da religião anterior: ao invés de vida humilde na terra e um gozo na eternidade pregado pelos católicos em suas missas de tom fúnebre, os evangélicos, em seus “shows de fé” inundados pela teologia da prosperidade, pregam a sedutora teologia da prosperidade, com promessas de uma vida de gozo, dinheiro e felicidade na terra, onde a eternidade encontra pouco espaço ou nenhum para ser pregado.
Tendo em vista o crescimento dos evangélicos e ao mesmo tempo do retrocesso nas conquistas para garantia de direitos aos homossexuais, encontro alguns fatores pelo qual considero que favorece a homofobia cristã evangélica de crescer: O primeiro fator que favorece a homofobia cristã evangélica é que em seus cultos, o principal a ser anunciado não são os valores. O que mais é destacado são as “conquistas”, os “milagres”, as “bênçãos”, os carros e casas novos, as “curas”, e na grande maioria das vezes não se vêem ser pregados valores como amor, bondade, tolerância, misericórdia, altruísmo, justiça. Um dos motivos para isso é que para receber as “bênçãos” de Deus, o fiel não precisa atentar para seu comportamento ético, precisa apenas dar seu dízimo sagrado, entregar ofertas com altos valores, como por exemplo, o valor do aluguel de sua casa, e comprar livros e CDs de pastores “ungidos” que passam em qualquer operadora de cartão de crédito, inclusive os cartões gospel’s e das “igrejas” com selo Visa e Mastercad.
Além de não se pregar ensinos que valorizam o ser humano, um segundo fator constatado por pesquisas, que poderia explicar a intolerância e violência por parte de evangélicos contra os gays é que os evangélicos fazem parte em sua maioria de outro grupo onde ocorre maior numero de atitudes preconceituosas contra lgbtts: o grupo que apresenta menor índice de escolaridade. Esses foram os resultados encontrados na pesquisa realidade pela Fundação Perseu Abramo, coordenada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Gustavo Venturi, que intrevistou 2000 pessoas em todo Brasil em mais de 150 cidades. A pesquisa mostrou que quanto mais anos de estudo, menos homofobia, ou seja, enquanto entre os que nunca frequentaram a escola o índice de homofóbicos é 52%, no nível superior é apenas 10%.
É triste constatar que a união de religiões fundamentalistas que interpretam livros sagrados de maneira literal (“ao pé da letra”) junto com uma população com poucos recursos educacionais forma a simbiose perfeita para a proliferação da homofobia e de atrocidades feitas em nome de Deus. É muito comum você entrar em uma igreja evangélica e ouvir um sermão com interpretações distorcidas, baseadas em textos isolados, sem contextualização do texto lido e bom uso da teologia e hermenêutica – ciência de interpretação bíblica – além de uso de traduções errôneas de palavras bíblicas dos originais como a NVI e Bíblia na Linguagem de Hoje.
Essa constatação poderia levarmos nos levar à hipótese de que os evangélicos estariam apenas reproduzindo as opiniões preconceituosas e o senso comum já circulante em seu próprio meio social.
Todavia, não podemos associar que essas mazelas sociais promovem a homofobia. Mas constatamos que essa doença chamada homofobia alimenta-se de pouca educação, e pouco acesso à cultura, da mesma forma que gripes e infecções acometem mais facilmente pessoas fragilizadas por acesso restrito a recursos sanitários, má alimentação e hábitos de higiene negligentes.
            O terceiro fator que propaga a homofobia cristã evangélica, e que talvez seja o mais influente: São os pastores midiáticos (oportunistas) e as bancadas religiosas no Senado e no Congresso, os quais oferecem um banquete de acusações como os de “fariseus aos pecadores", cozido no molho do sangue das vítimas lgbtt’s brasileiras. Estes fazem uso das televisões e das rádios de concessão pública, para arrebanhar milhões de fiéis em concentrações religiosas, verdadeiros currais eleitoreiros, recolher ofertas altíssimas, vender milhares de cds, livros, Bíblias com estudos e toda quinquilharia gospel comerciável possível com preços abusivos. Se usar de má fé ao pregar uma teologia da prosperidade que abusa do bolso e da mente das pessoas já não bastasse, tais líderes religiosos se lançam na mídia como heróis e protetores da igreja evangélica brasileira. Se intitulam bispos, apóstolos, anciãos, pastores presidentes, encarregados de protegerem a igreja das contaminações do mundo e do diabo.
O que na verdade os tais líderes religiosos televisivos fazem não é pregar o evangelho à todos, mas sim, elegerem seus candidatos "ungidos" e "honestos" na maioria das vezes pop stars Pastores e Cantores e controlar rigorosamente os votos do curral evangélico para fazer politicagem suja com trocas de favores ilícitos e assim restringir o direito da maioria dos cidadãos brasileiros de poderem seguir a orientação sexual que sentirem vontade.
Esses pastores da morte, concentram seus esforços para barrar todo e qualquer tipo de projeto de lei que tente assegurar o casamento igualitário para gays, a saúde (campanha contra a AIDS para a população lgbtt), a vida, PLC 122 que pune crimes de violência física e moral por motivação de ódio contra homossexuais –  a qual foi apelidada maldosamente de mordaça gay pelo Sr. Silas Maldafala, barram o ensino à tolerância à diversidade de orientação sexual nas escolas (apelidado de kit gay) além de incentivar publicamente ao ódio contra lgbtts ao rotular essa população como imorais e classificá-la ao lado de ladrões, prostitutas, pedófilos, pederastas, zoófilos, traficantes entre outras coisas, quando não conclama os povo a “baixar o porrete em cima dos gays” (Sr. Silas Maldafala).
Dessa forma, tais líderes com super poderes (poderes políticos e religiosos) querem impor uma verdadeira ditadura aos que não professam qualquer identificação com seus pensamentos mesquinhos, desumanos e preconceituosos. Não respeitam a laicidade do Estado e os direitos dos que não são evangélicos. Eles querem que todos sejam heterossexuais, para irem todos para o céu, mesmo que a maioria da população não queira ser evangélica, ou ir para um céu preconceituoso, onde não entra quem não é evangélico. Fica de fora até mesmo alguns evangélicos, se eles forem gays, lesbicas, transexuais ou transgênero.
Esses líderes, que exercem uma liderança marcadamente autoritária, não abrem espaço para o diálogo para os cristãos que não concordam com a teologia da homofobia cristã evangélico, mas impõe seu pensamento com mão de ferro, excluindo qualquer um de sua comunidade ou do paraíso futuro que questione o fator que parece ter sido transformado no fator principal que diferencia quem é evangélico de quem não é: o fato de aceitar ou não que ser gay é abominação e digno de toda rogação de praga, pedra e condenação, tanto nessa vida quanto na futura. Fazendo isso, julgam como se juízes fossem.

Além disso, ao querer proibir a união estável entre pessoas do mesmo sexo e do casamento civil e outras leis que protegem os direitos constitucionais dos LGBT's brasileiros, suas ações anti-democráticas tem objetivo de obrigar LGBT's a viverem na heteronormatividade, tirando assim o livre arbítrio das pessoas, algo que nem o próprio Deus não faz. Essas ações parecem revelar as mesmas intenções da Antiga Santa Inquisição Católica: quem não "engole cegamente toda a verdade cristã católica, é perseguido, morto, e o mais importante: tem seus bens materiais roubados pela Linda Igreja". Essa nova versão da Inquisição, poder-se-ia muito bem ser batizada de "Nova Inquisição Evangélica". Dessa vez, implantada  não por papas medievais, mas pela "moderna" "bancada evangélica", que querem se utilizar dos recursos do Estado para fazer sua evangelização e  transformar o Estado num Instrumento de Salvação Compulsória, garantindo assim que todos os brasileiros tenham a "salvação" da alma "melhor assegurada" - longe dos  gays.
Esses "pregadores da DesGraça" enchem a boca para falar do fim do mundo e de como é a estratégia do demônio para dominar o mundo e a resposta é simples: enchendo a terra de gays, aos quais destruiriam as famílias, por acabar com a reprodução de pessoas. Apesar de ser ridículo, muitos acreditam nessa fábula. Tudo teria sido um plano arquitetado pelo próprio Satanás articulado nas profundezas do inferno para colocar um anti-cristo gay no controle do universo para desafiar a Deus e à Igreja.
            Pois bem, apesar de alguns não se importarem, muitos gays, lésbicas, travestis, transexuais e transgêneros sofrem com a violência divulgada e propagada pela “igreja”. Acho que a Igreja tem um lado maravilhoso de trazer coisas boas para essa terra. Mas nem por isso, podemos deixar de denunciar os erros por ela cometidos. Assim como Lutero, Calvino, Zwinglio e outros reformadores trouxeram luz para uma Igreja mergulhada na escuridão há 500 anos. Hoje a Igreja precisa olhar mais uma vez para a cruz e ver o Amor de Deus que foi de se sacrificar em favor do mundo e não em julgar o mundo, condená-lo, e lançá-lo no inferno. Pois para isso, já existem os “fariseus” de plantão e a hora certa disso acontecer de fato pertence a Deus. A Igreja tem uma obrigação ética de abordar o assunto, repensar e agir efetivamente, levando em conta uma sociedade em momento de transformação. Ao invés de cometer o erro de barrar a evolução da sociedade, como fez ao barrar a ciência na Idade Média, deveria ser pioneira e incentivá-la à maior tolerância, amor e bondade como fez a Reforma Protestante ao criar o modelo de escolas e universidades que temos até hoje.
            Diferente do que dizem os pregadores da desgraça, oportunistas de plantão, nenhum gay ou lésbica ou transexual quer obrigar que as pessoas os aceitem como religiosamente correto, mas quer ser aceito pela sociedade (não pela igreja) como um cidadão que tem acesso aos mesmos direitos que qualquer outro: quer viver sem medo de ser morto por ser gay, sem sofrer agressões físicas ou verbais por ser gay, ter acesso à saúde, planos de saúde, acesso aos órgãos da justiça quando forem constituir família, acesso à educação sem sofrer bullying durante toda a formação escolar, enfim, não ter nenhum direito restrito pelo fato de ser gay, assim como ninguém pode ter nenhum direito civil restringido no Brasil pelo fato de ser adepto dessa ou daquela religião, ou mesmo de nenhuma.
Acho que sou realista ao pensar que isso demandará muito tempo para mudar. Mas certamente demandará mais se ficarem todos de braços cruzados.
O povo brasileiro em geral e também o curral religioso, excluídos da política, cultura, educação, saúde e outros direitos, me lembra muito aquela musica da abertura da novela global Rei do Gado, em que mostravam os lindos pastos verdejantes preenchidos pelos rebanhos bovinos que corriam desesperadamente numa só direção ao som da musica: "ooo vida de gado, povo marcado, povo feliz". Que esse rebanho de Deus, em algum momento perceba que é necessário, acima de tudo respeitar o próximo – se não conseguem simplesmente amar, como Cristo ordenou. E isso implica em cada um cuidar da sua própria salvação e não em obrigar os outros a aceitar as suas opiniões, que muitas vezes caem em agressões verbais e físicas, ao invés de demonstrações de amor e ternura como bem cabe a um cristão. Se querem salvar a alma dos brasileiros, que seja dando o exemplo de amar e respeitar às pessoas, e não obrigando que elas sejam "perfeitas", como elas se julgam ser, com atitudes hipócritas como essas.

Plataforma do partido republicano dos EUA proíbe o casamento Gay


Depois de nomear o multibilionário Mitt Romney como candidato oficial à presidência dos Estados Unidos, os Republicanos também anunciaram ontem, na convenção do partido em Tampa, Flórida, a aprovação de uma plataforma que iria proibir totalmente o casamento gay e o aborto em nível nacional.

O anúncio das resoluções da plataforma começou com o reconhecimento de que o sonho americano tinha, até então, permitido a igualdade de oportunidades, no entanto: "Hoje esse sonho americano está em risco."



O documento diz que os republicanos irão "começar de novo", e anunciou mudanças drásticas no orçamento, tributação, regulamentação e no "Medicare" (programa de seguro social).

Vale relembrar que, logo após Barack Obama expressar seu apoio ao casamento de gays e lésbicas, Romney declarou que a "preeminência da família" é pedra angular dos princípios que sustentam a cultura americana. "Assim como hoje é a instituição do casamento duradouro. O casamento é uma relação entre um homem e uma mulher". Disse o até então pré-candidato.

Os republicanos têm sido criticados dentro de suas próprias fileiras por sua posição sobre o casamento gay. Na semana passada um assessor de Romney, em oposição a uma emenda que permitiria a união civil entre pessoas do mesmo sexo, chegou a comparar a homossexualidade com o uso de drogas e a poligamia.

A plataforma do partido, no entanto, não representa as opiniões de todos os seus membros. O prefeito republicano de San Diego, Jerry Sanders, recentemente falou a favor do casamento igualitário em um anúncio de TV que foi ao ar durante toda a convenção nacional.

Fonte: http://www.nossostons.com/2012/08/mitt-romney-repuglicanos-casamento-gay.html

Professor volta de férias como travesti com nome inspirado em ex-namoradas.


O professor de xadrez da rede pública de Buenos Aires José D'Oro assumiu, há pouco mais de um mês, que é travesti, como se define, e adotou o nome de Melisa em homenagem às ex-namoradas.
''Melisa é um anagrama em homenagem às namoradas que tive. Mercedes, Estela, Ana. Foram muitas'', disse à BBC Brasil. Ele decidiu assumir de vez a nova identidade após as férias escolares deste inverno.
Nos últimos dias, Melisa foi notícia nos principais jornais do país, como o La Nación e o Página 12, e entrevistada nas emissoras de TV locais, como a CN23. Ela é a primeira professora transexual da rede pública da capital argentina e nos últimos dias substituiu calças compridas por vestidos e saias, além dos cabelos mais longos.
"Nos últimos seis anos, decidi iniciar minha transição. Mesmo usando roupas masculinas, passei a fazer as sobrancelhas e as unhas. E usei roupas mais soltas para que não percebessem meus seios de silicone'', afirmou. Quando era José D'Oro, foi casado e pai de duas filhas, que agora têm 16 e 21 anos.
''Elas me apoiam completamente. E adoramos fazer coisas de moças juntas, como maquiagem, por exemplo'', disse. Diante da pergunta de como as filhas a chamam, se pai ou mãe, Melisa respondeu: ''Por enquanto ainda me chamam de 'Pa' (diminutivo de papai), mas quem sabe será diferente no futuro, não é?'', respondeu.


'Tirei a capa de homem'
Melisa disse que desconhece a opinião da ex-mulher, mas disse não estar preocupada. ''Somos separadas há mais de dez anos. Tenho o apoio das minhas filhas, dos meus amigos e dos outros professores. Só não esperava tanta repercussão à minha decisão'', disse.

Melisa dá aulas de xadrez em seis escolas da rede pública da cidade de Buenos Aires que, como a escola número 23, do bairro portenho de Flores, incluem a atividade para os alunos que estudam em tempo integral. Ensina xadrez há mais de 20 anos e acha que desde que passou a ser Melisa tem uma atitude ''mais dócil'' com as outras pessoas.
''Eu sempre soube o que eu era e, quando era criança, por causa da minha delicadeza, sofri violência de gênero e tive que mudar de escola. Hoje, depois que tirei a capa de homem, me sinto muito melhor comigo mesma'', disse.
De acordo com a imprensa local, cada escola onde ela trabalha teria comunicado aos pais dos alunos que sua aparência seria ''diferente'' depois das férias. ''Ela é uma excelente professora e as crianças têm que se acostumar'', disse uma das mães de uma aluna ao jornal La Nación.
Sua colega e professora Claudia Araujo disse ter explicado a mudança aos alunos por meio de contos para abrir o debate sobre a questão. ''As crianças e jovens têm muitos exemplos que veem na televisão. Eles têm muita informação e entendem essas questões melhor que os adultos. Estamos em uma sociedade que muda frequentemente e acho que a decisão de Melisa foi corajosa'', afirmou.
Lei de identidade de gênero
Melisa é a primeira a assumir sua nova condição no trabalho escolar. Recentemente, outra professora de Quilmes, cidade vizinha de Buenos Aires, assumiu ser transexual, mas ela havia iniciado a carreira de mestra com a condição sexual de aparência feminina.
Melisa foi a primeira a mudar de aparência após passar anos como professor e não como professora, como contou. Para ela, a lei de identidade de gênero foi o ''broche de ouro'' que faltava para que ''cada um assuma quem é''.
A lei entrou em vigor em junho passado, permitindo a troca de nome nos documentos e tratamento médico para mudança de sexo na rede pública do país.
Mas Melisa disse que ainda iniciará os tramites para a mudança de nome nos documentos e que passará a se chamar Melisa Estela D'Oro, mas não fará a cirurgia para mudança de sexo. "Eu sou travesti e não tenho conflito com meu corpo", afirmou.

Modelo lançará aplicativo de encontros para homens HIV+


Em constante luta para diminuir o estigma e o preconceito contra portadores do HIV, o modelo e estilista Jack Mackenroth não cansa de mostrar sua boa forma e vitalidade. Sem vergonha de falar sobre seu status positivo, ele prepara lançamento de um aplicativo de encontros para homens gays HIV+. “Eles não se sentem confortáveis com os sites e aplicativos que existem no mercado. Estão cansados de ter que ter ‘aquela conversa’ ou se preocupar com o momento certo de se expor. No novo site, todos os garotos-propaganda serão HIV+ e os usuários não precisarão esconder seus status. A versão beta irá ao ar no dia primeiro de setembro! O nome ainda não pode ser revelado, mas em agosto será divulgado em minha página no Facebook”, revela Jack em comunicado à imprensa.
Veja Jack Mackenroth em fotos recentes clicadas por West Phillips…










quarta-feira, agosto 29, 2012

Igreja católica ataca casamento gay na Escócia, classificando-o como subversão grotesca



Uma carta que critica duramente os planos do governo da Escócia para legalizar os casamentos homossexuais foi lida neste domingo, em 500 igrejas católicas do país.

A Igreja Católica, que se opôs à legalização do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo que o governo nacionalista escocês pretende aprovar este ano, encorajou seus fiéis a "rebelar-se" contra o que considera uma "redefinição do casamento".

A carta fala da "profunda decepção" com os planos do governo e pede aos políticos que "apoiem o casamento em vez de destruí-lo".

O cardeal O'Brian, máxima autoridade da Igreja Católica na Escócia, que descreveu recentemente o casamento gay como "uma subversão grotesca de um direito humano universalmente aceito", disse hoje que com esta carta se pretende convencer os políticos que "redefinir o casamento seria um erro".

No texto se sustenta que "o ensinamento da Igreja sobre o casamento é inequívoco e único, a união de um homem e uma mulher, e por isso é um erro que os governos, políticos e Parlamentos busquem destruir ou alterar essa realidade".

O governo escocês deve aprovar neste ano uma lei que permitirá a partir de 2015 os casamentos civis entre homossexuais.

Os casais do mesmo sexo podem optar atualmente na Escócia pelas uniões civis que oferecem o mesmo tratamento legal que o casamento em termos de heranças, pensões, seguros de vida, manutenção das crianças, direitos de próximos e de imigração.

Austrália lança campanha na TV contra a homofobia no esporte e no trabalho

A campanha "No to Homophobia" (Não para a Homofobia) entra no ar nessa semana na televisão australiana. Nos vídeos da campanha, que foi idealizada pela Liga de Futebol da Austrália, são retratadas situações de homofobia e transfobia no esporte e em ambientes de trabalho.
"Através destas ações e diretrizes que regem o nosso esporte, temos o compromisso de promover um ambiente verdadeiramente inclusivo, seguro e acolhedor, que possibilita a existência de relacionamentos saudáveis e respeitosos dentro e fora do campo", explicou o chefe da Liga, Andrew Demetriou.
A campanha também tem o apoio das organizações gays Victorian Equal Opportunity, Human Rights Commission e Victorian Gay and Lesbian Rights Lobby.
A "No to Homofobia" foi lançada nessa terça (28) por David Davis, Ministro da Saúde do país, já que o governo é também um dos apoiadores do projeto. Abaixo você confere aos dois vídeos da campanha.




Peça sobre gay que foge da ditadura para viver como travesti na Espanha reestreia em São Paulo


Com o Prêmio Shell de melhor diretor e APCA (prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor espetáculo, a peça “Luis Antonio – Gabriela”, de Nelson Baskerville, reestreia em São Paulo no teatro João Caetano, na zona sul.
No palco, é apresentada a história do irmão do diretor, Luis Antonio (1953-2006), que desafiou as regras da família ultra conservadora e fugiu para a Espanha sob a alcunha de Gabriela.
A volta de “Luis Antonio – Gabriela” acontece nesta quinta-feira, dia 30, às 21h.

Serviço:
Luis Antonio - Gabriela - Teatro João Caetano
R. Borges Lagoa, 650 - Vila Clementino - Sul.
Telefone: 5573-3774. Ingresso: R$ 20.
Quinta a Sábado às 21h | Domingo às 19h

Pai usa saias para apoiar filho de 5 anos que gosta de usar vestidos

Passando por alguns sites de notícias, li essa postagem no Yahoo! Notícias e resolvi colocá-la como incentivo à Educação Igualitária, sem distinção de gêneros e com Grande Ênfase na Luta contra o Preconceito.
Uma bela atitude paternal, que merece todo apoio e divulgação. Repassem o link aos seus amigos, juntos, lendo e divulgando conseguiremos atingir maiores adeptos da consciência social IGUALITÁRIA.
A notícia é a seguinte:
 
Um pai alemão começou a usar saias porque o filho de cinco anos gosta de usar vestidos. A história mexeu com um vilarejo tradicional no sul da Alemanha. Niels Pickert percebeu que seu filho gostava de usar vestidos e era ridicularizado por isso no jardim de infância. Segundo Pickert, "usar saia era a única maneira de oferecer apoio ao meu filho".
Em uma carta, Pickert explica: "Sim, eu sou um daqueles pais que tentam criar seus filhos de maneira igual. Eu não sou um daqueles pais acadêmicos que divagam sobre a igualdade de gênero durante os seus estudos e, depois, assim que a criança está em casa, se volta para o seu papel convencional: ele está se realizando na carreira profissional enquanto sua mulher cuida do resto".
De acordo com o pai, ele não podia simplesmente abandonar o filho ao preconceito alheio. "É absurdo esperar que uma criança de cinco anos consiga se defender sozinha, sem um modelo para guiá-la. Então eu decidi ser esse modelo". Um dia eles resolveram sair pela cidade vestindo saias. Chamaram tanto a atenção de uma moça na rua que ela, literalmente, deu com a cara em um poste.
E o que aconteceu então? O guri resolveu pintar as unhas. Às vezes, ele pinta também as unhas do pai. Quando os outros garotos começam a zombar dele, a resposta é imediata: "Vocês só não usam saias porque os pais de vocês não usam".
 
Espero que isso pelo menos toque nosso pensamento sobre EDUCAÇÃO e RESPEITO...

sexta-feira, agosto 24, 2012

Depois de 22 anos, casal gay de Curitiba consegue liminar do STF para adotar criança


Juntos há 22 anos o casal gay curitibano formado por Toni Reis e David Harrad conseguiu no mês passado a autorização, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para adotar Alysson Miguel Harrad Reis, de 10 anos. Segundo Reis, professor e presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), “a espera de sete anos, para que a adoção fosse feita dentro da lei, foi a gestação mais longa da história”.


“Desde que entramos na lista de candidatos a adoção, em 2005, passamos por diversas etapas até que agora, por unanimidade, o Supremo decidiu nos dar o direito a realizar a adoção. É mais uma vitória de nosso grupo que luta pelo respeito, não queremos ser aceitos, mas respeitados”, argumentou Reis.


Toni é casado com o engenheiro Harrad, de nacionalidade britânica. A ideia do casal era adotar duas crianças de cinco anos, mas quando conheceram Alyson tudo mundou. “Ele nos conquistou, é um menino especial que tem uma história linda. Já passou por sete casas de abrigo e sofreu na pele esta realidade. Hoje é um menino com excelentes notas. Nosso orgulho”, descreveu o presidente da AGBLT.

O ativista da causa homossexual disse que ao descobrir a realidade vivida pelas crianças que esperam a adoção ‘comprou’ uma nova causa. “Posso garantir que me tornei um ativista com relação a adoção. Hoje o Alyson tem novas oportunidades e acima de tudo muito amor de seus pais adotivos”, acrescentou.

Preconceito
Outra situação relatada por Reis foi um casamento oficial de lésbicas que vai acontecer nesta sexta-feira (24) em Curitiba. Será a união de Maria Verônica Mees e Maísa Teresa Manzi. Em meio a todas estas “novidades”, o ativista afirmou não caber mais espaço para o preconceito. “Uma pessoa que não respeita estas mudanças na sociedade não tem acesso à informação e está desatualizada. Como já falei, não precisamos ser aceitos, mas respeitados”, concluiu.

quinta-feira, agosto 23, 2012

Veja a primeira foto de Sarah Jessica Parker em ‘Glee’


Sex and The City encontra com Glee?! É o que alguns fãs podem pensar ao ver a foto de Sarah Jessica Parker nos estúdios de gravação da quarta temporada do seriado musical.
Mas nada de reviver Carrie Bradshaw, ela interpretará Isabelle Klempt, uma jornalista especialista em moda e que trabalha na revista Vogue.
Na imagem, ela aparece ao lado de Chris Colfer, intérprete de Kurt. Como ficará sem rumo em Ohio, ele decide ir morar com Rachel em Nova York e será contratado como estagiário da revista.
“Eu a amo – eu a amo! Podemos ficar com ela?”, escreveu o ator em seu Twitter. Glee retorna à TV americana no dia 13 de setembro.

Carlos Nascimento assaltado por travestis em São Paulo


O jornalista Carlos Nascimento foi vítima de um assalto na noite desta quarta (22/08)! Em entrevista à rádio Jovem Pan, o âncora do SBT contou que estava a caminho do trabalho, quando passou pela região da Avenida Lineu de Paula Machado, zona oeste de São Paulo, local onde ficam muitas travestis. Ao parar no trânsito, ele foi surpreendido por uma delas, que invadiu o veículo se aproveitando da porta destravada.
Segundo o jornalista, a travesti ofereceu um programa e ficou agressivo, principalmente quando Nascimento pediu para ela sair do carro. Ela, porém, continuou no automóvel e se jogou sobre a direção quando ele tentou acelerar. “Ela tinha uma espécie de punhal, tirou um objeto e veio para cima de mim. Dei um soco nela e ela recuou. De repente, abriram outras portas do carro e subiram outras duas, também armadas e levaram minha bolsa”, disse Carlos, que conseguiu recuperar os pertences e sair em arrancada. “Fiquei surpreso e indignado. Aquele é um lugar público pelo qual percebi que não posso mais passar”.

Justiça da Rússia proíbe marchas LGBTs pelos próximos 100 anos.



O Tribunal Superior de Moscou recusou nesta sexta-feira (17/08) uma apelação e decidiu manter proibidas pelos próximos 100 anos quaisquer celebrações públicas organizadas por defensores dos direitos LGBT. A proibição para esse tipo de evento já existia, mas sua validade se encerrava este ano. Com a decisão, a ordem judicial se estende, a partir de agora, para o ano de 2112.
Nikolai Alexeyev, ativista que encabeçou o recurso à instância jurídica máxima da cidade, anunciou que recorrerá da decisão junto ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Em entrevista ao El País, ele alegou que “a decisão não é uma surpresa”, já que “os tribunais russos raramente se colocam a favor dos direitos de gays e lésbicas”.

Essa não é a primeira vez que Alexeyev recorre à justiça europeia para tratar do respeito ao direito de membros da comunidade LGBT. Entre 2006 e 2008 ele já conduzia ações judiciais junto ao Tribunal de Moscou pedindo a revogação do veto a esse tipo de manifestação. A Justiça da Rússia, à época, classificou marchas e paradas do orgulho gay como casos de desordem pública. O caso acabou em Estrasburgo, onde Alexeyev alegava uma infração do direito à liberdade de reunião.
A corte europeia concordou com seus argumentos em 2010 e concluiu que as autoridades russas haviam discriminado o ativista por sua orientação sexual. A ordem naquele momento era de que Moscou indenizasse Alexeyev em 12 mil euros (o equivalente a 30 mil reais) e arcasse com 17.510 euros de custos advocatícios (mais de 43 mil reais).
Desta vez, contudo, Alexeyev alega que não quer apenas recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos para que penalizar a Rússia e ser reparado. "Queremos garantias de que possamos celebrar o orgulho gay no futuro", resumiu ao El País.
O ativista havia solicitado autorização para celebrar 102 manifestações em favor dos direitos de homossexuais até 2112. De acordo com a emissora britânica BBC, a resposta dos magistrados foi a mesma de sempre: a maioria dos moradores de Moscou em tese não se simpatiza com esse tipo de evento, que “só pode produzir desordens públicas”. Para Alexeyev, esse tipo de declaração só deixa mais claro que, na realidade, "não há argumentos" que fundamentem a decisão.

Gays Idosos Também Podem Ser (Muito) Sensuais



Por Ricardo Aguieiras

Andando pelas ruas de São Paulo, esta triste e amada cidade e refletindo sobre o envelhecimento humano e como é que eu poderia fazer para chamar a atenção dos gays para algo de tamanha importância, se boa parte  é tão envolvida com o narcisismo e a ditadura da estética, corpos malhados (preferem o termo "sarados", mas eu acho extremamente preconceituoso, já que o contrário de sarado é doente, como se um corpo não musculoso fosse "não sarado", ou seja …doente), juventude eterna e negação da morte. Tudo isso são armadilhas, doloridas armadilhas que vão cobrar um alto preço mais adiante. Unido a tudo isso, tem ainda o grave preconceito contra os velhos em nossa sociedade, vistos como lixo e não como deveriam, ou seja : repertórios da Sabedoria, poemas em vida. Se encaram os velhos em geral assim, imagine o velho gay. Era 2004.



Aí veio um estalo na minha cabeça: uma frase: "Gays Sessentões também são sensuais".  Essa foi a primeira.  Fiz uma roupinha escandalosa, onde deixava minhas belas pernas tatuadas de fora… risos (por que não devo achar minhas pernas bonitas?  Não falam que a gente tem que se gostar? Só por que não são malhadas, elas não seriam belas? Ou, quem sabe, por que não são mais …jovens??) e fui, só, para a Parada Gay de Sampa daquele ano. Foi um sucesso. Lembro-me de um rapaz que se aproximou e disse: "é a faixa mais inteligente da Parada…". Vocês vão falar que eu estou me gabando, mas, quando eu não estou burro, eu estou inteligente…risos… E aí tudo começou: entrevista para um jornal de Portugal, muitas fotos e etc.

As pessoas não acreditam que, até hoje, eu fiz tudo sozinho. Pensam que existe um grande grupo por traz, uma ONG de gays idosos e etc., mal sabem que esta é uma população extremamente difícil de ser trabalhada. Em 2005 eu tentei entrevistar lésbicas e gays idos@s, sem sucesso.  Nos bares específicos para a população LGBT mais madura (poucos  e raros espaços, mas existem…) eu nem chegava a ser recebido. Muitas vezes, fui olhado com péssimos olhos, não gostam da militância e temem a exposição. Aliás, encaram a militância como se fosse um "outing" obrigatório. E se retraem. Aqui e ali fui recolhendo histórias que revelavam a dimensão trágica de um quadro que ninguém quer saber de olhar, de mexer.

Em 2006 fiz minha faixa definitiva e foi outro sucesso: "Gays idosos também são (muito) gostosos". Eu não queria algo sério, tinha que ter um lance de humor mesmo que sutil, para combinar comigo. Nada contra os tradicionais slogans da militância, mas acho que a Parada não precisaria de mais um que escrevesse, apenas, por exemplo, "Chega de homofobia", isso todo o mundo já faz e fazia, meu caminho teria que ser outro. Tenho a impressão de que, se a reflexão vem acompanhada pelo riso – ou…sorriso -, ela fica mais forte, é mais eficaz. Eu adoro falar de assuntos sérios, mas também sou e sempre fui um farrista, um gozador, um grande contador de piadas. Se a revolução não servir para eu rir um pouco, também, esta não é a minha revolução.

Talvez, por até entrevista eu ter dado para o Fantástico em 2009, outra, de uma página inteira para o jornal "Estadão", que sempre teve um cunho mais conservador e cuja matéria saiu no próprio domingo da Parada, TV UOL, Bom dia Brasil e etc., este ano fiquei emocionado e muito grato com a Associação da Parada – SP e com seu presidente, Alexandre Santos.  Ele me ligou no dia 30 de Abril, meu aniversário e me deu o presente maior, algo que me era então, inimaginável: um trio elétrico dos gays idosos são também deliciosos, dividido com os igualmente sedutores Ursos, outro movimento vindo para contestar a ditadura da estética e o olhar padronizado do que realmente seria a tal "beleza física", relativizando tudo e mostrando que há mais desejos e gostos do que possa imaginar a nossa vã filosofia. Nunca conseguiram me explicar, ninguém, nem o mais sábio dos intelectuais, nem a História, do por que corpos envelhecentes, ou gordos ou peludos ou… não podem ser ainda uma infinita fonte de prazer e de tesão e desejo. De amor.

Segundo as próprias projeções do IBGE e o consenso que é, ainda o Relatório Kinsey, seriamos hoje 1.930.000 de idos@s LGBT's. Seremos, então,  2.830.000 em 2020, um milhão a mais em apenas uma década! E nenhuma política pública de apoio social, moradias, saúde, nada. Trata-se de uma população extremamente estigmatizada. Enquanto vos escrevo, ainda rola no Congresso e no Senado discussões e mais discussões sobre de concedem ou não  ridículos e ofensivos 7,7% de aumento aos aposentados, correndo ainda o risco do presidente vetar. Em oito anos de governo, Lula e o PT não fez absolutamente nada pelos aposentados, reforçando ainda a ideia de que são "vagabundos", rótulo já dado pelo Fernando Henrique Cardoso, no governo anterior. Ou seja, mudam-se os governos e as suas ideologias partidárias, mas o descaso é o mesmo. Convém aos poderosos considerarem aposentados como "vagabundos", podem, então, desviarem mais verbas públicas.  Existem tênues reações, como de algumas excelentes teses acadêmicas e raros estudos, apenas. Só. Tod@s agem como se não fossem envelhecer, todos doutrinados e direcionados em seus desejos apenas para a fase da juventude.  Uma mídia poderosíssima colaborando com o preconceito e a discriminação.  Será que vocês podem perceber a dor imensa e cruel, crudelíssima que é um / uma LGBT ter que voltar ao armário e se enrustir novamente, depois de anos e anos de lutas, apenas por causa da fragilidade física, naturalmente provocada pela idade e por quem passa a depender de cuidados de terceiros, parentes ou em asilos? Mas, será que precisamos mesmo de tanta submissão e controle? Pra que? Ganhamos o que, negando o envelhecimento e a morte? Só teremos dimensão da Vida e do Viver, desta coisa magnífica que é o existir e dos inúmeros prazeres que o simples ato de respirar pode nos causar se reconhecermos a beleza do envelhecer e do morrer. Portanto, este ano, 2012, quando virem meu cartaz e eu passando  pela Paulista e pela Consolação, lembrem-se: O Velho, mesmo quando se curva, ainda está de pé! E Grisalho é a sétima cor do Arco-Íris!

Gay agredido por casal de adolescentes diz que o ataque foi homofóbico.



Um rapaz de 28 anos (foto), que preferiu manter sua identidade em segredo, foi agredido na noite da última sexta-feira (10) no centro de Curitiba.
De acordo com o jovem, ele estava no Café Teatro quando resolveu sair na rua com uma amiga para fumar e foi abordado por um casal de adolescentes, de 16 e 15 anos.
"Eles perguntaram algo para mim e nem deu tempo de responder. Logo começaram a dar golpes no rosto de nós dois. Mas eles diziam que o alvo era eu por ser gay", revelou a vítima.
De acordo com os relatos, os adolescentes portavam um soco inglês e uma faca. A agressão aos dois amigos só parou quando seguranças do Café Teatro se aproximaram para ver o que estava acontecendo.
Os dois adolescentes tentaram fugir, mas foram localizados por uma viatura que passava próximo ao local. O casal foi encaminhado à Delegacia do Adolescente, prestaram depoimento, e logo em seguida foram liberados.
"Foi um ataque homofóbico, não houve provocação da nossa parte, eles simplesmente chegaram e começaram a desferir golpes", declarou a vítima, que foi levado para o Hospital Cajuru, onde levou sete pontos no supercílio e três pontos no couro cabeludo.
"A sensação é de que você está em um país onde as leis protegem os criminosos e não a sociedade", desabafou o rapaz, que realizou exame do corpo de delito e registrou um boletim de ocorrência.
O Ministério Público do Paraná afirmou que os adolescentes podem ser responsabilizados. "Isso pode ser através de medidas socioeducativas, como prestação de serviços comunitários, ou de medidas protetivas, com encaminhamento para tratamentos psiquiátricos ou psicológicos", explicou o promotor de Justiça Mário Luiz Ramidoff à Band.
"Espero que eles paguem pelo que fizeram. Vou até o fim, quero justiça", afirmou a vítima.

James Franco faz filme com diretor pornô e cenas de sexo gay reais



James Franco trabalha em um projeto baseado no filme policial "Parceiros da noite", de 1980, em que Al Pacino interpretava um detetive investigando o submundo gay de Nova York, segundo o site "Indiewire". A nova produção, chamada "James Franco´s Cruising", é um documentário que mostra a tentativa de James Franco de filmar os 40 minutos que foram excluídos do antigo filme para evitar restrições de exibição.

O ator já trabalhou em filmes com temática gay, como "Milk - A voz da igualdade", mas desta vez o projeto tem cenas de sexo gay reais, não simuladas, segundo o "Indiewire". Ele convidou o diretor Travis Mathews, que já fez filmes de pornografia gay com "tratamento artístico".

O novo trabalho do ator de "127 horas" foi filmado em apenas dois dias, segundo o "Indiewire". O filme deve estrear em 2013.

Fonte: G1

quarta-feira, agosto 22, 2012

66%: empresas ampliam plano de saúde para parceiro gay

Olha que bacana! Cresceu o número de empresas brasileiras que aceitam que funcionários com parceiros do mesmo sexo incluam o companheiro como beneficiário do plano de saúde! Hoje essa é a realidade em 66% das companhias. Em 2010, o número era de 41%. Quem indica o crescimento é a pesquisa da consultoria internacional Towers Watson, que fez levantamento com quase 200 empresas nacionais e multinacionais!