quarta-feira, abril 18, 2012

Casal gay foi encontrado com olhos perfurados e dedos decepados, 12 dias após desaparecimento.



Alagoas registrou na semana passada, mais dois casos de assassinatos de gays, subindo para nove o número de crimes com conotação homofóbica somente em 2012, e o 108º caso no país. Após 12 dias de angústia, amigos encontram os corpos de Márcio Lira Silva e seu companheiro Eduardo, que estavam desaparecidos desde o último dia 28 de Março.


Na manhã da última segunda-feira (9), amigos e familiares identificaram os corpos no Instituto Médico Legal (IML), que já estavam em estado avançado de decomposição, com os olhos furados, dedos arrancados e com muitos sinais de tortura.
Segundo a direção do IML, os corpos foram encontrados durante o feriado da Semana Santa, nas proximidades da cidade de Rio Largo, região metropolitana de Maceió.


A morte dos casal foi informada à imprensa pela assessoria de comunicação do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), que na próxima semana irá fazer um ato público no centro da capital alagoana.
Com essas duas vítimas, já somam nove o número de assassinatos de homossexuais no Estado. Um número absurdo, que precisa ser combatido. Iremos fazer esse ato, com a terceira edição do Varal da Homofobia, manifestação cultural por meio de expressões artíticas no centro da cidade, disse Nildo Correia, presidente do GGAL.
Segundo informações de amigos, na manhã do dia 28/03, último dia em que as vítimas foram vistas com vida, o casal estava bastante animado e de partida para uma viagem de férias.
Após alguns dias, foi sentida a ausência de notícias sobre os dois, pois os mesmos não tinham em momento algum entrado em contato com parentes e amigos, para passar informações sobre a chegada ao destino de sua viagem. A partir daí começaram as buscas.


Pressão
Nildo Correia promete fazer pressão às autoridades policiais para a elucidação do crime. Sabemos muito bem que a violência em nosso país a cada dia cresce, que Alagoas é um dos Estados mais violentos, mas a entidade não baixará a cabeça para a violência e pressionaremos as autoridades para que esses crimes não caiam no esquecimento, pois a omissão é um dos maiores fatores para o crescimento da violência, disse Correia.
Para Dino Alves, militante LGBT e Assessor Técnico da Secretaria de Estado daMulher, Cidadania e Direitos Humanos, o receio é que a impunidade contribua ainda mais com a homofobia. *Não podemos e nem vamos cruzar os braços esperando que o Governo Federal venha ou não implantar o Programa Escola Sem Homofobia entre outras ações, pois gay não é rato, que têm seu corpo encontrado no lixo e não se toma uma providência", disse.


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