segunda-feira, maio 07, 2012

Número de Paradas gays brasileira caiu drasticamente: de 205 em 2009 para 64 em 2012


Por: Marcelo Cia
Neste ano de 2012 acontecerão 64 Paradas Gays no Brasil, segundo consta no site da ABGLT, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros. É um terço do número de eventos ocorridos em 2009, quando 205 Paradas Gays aconteceram no país. É menos também que em 2008, com 100. Em 2010 aconteceram 201 eventos do orgulho. Em 2011 o número já caiu: 160. Algo aconteceu de lá para cá. Neste prazo tão curto de tempo, mais da metade das Paradas Gays brasileiras deixaram de existir. 


Pode ter havido uma diminuição sensível do interesse da população neste tipo de evento. Pode também ter se esgotado recursos públicos que financiavam as Paradas. E pode ser (acredito que seja) uma união destes dois fatores. Em artigo publicado na edição de maio da revista JUNIOR, o ativista Oswaldo Braga, fundador do Movimento Gay de Minas, diz que as ONGs LGBT estão com sérias dificuldades em captar financiamento. 



Escreve ele: "os movimentos sociais organizados estão em crise. Centenas de organizações não governamentais, até bem pouco tempo únicas responsáveis por realizar importantes ações como assistência, formação e controle social, encerram suas atividades, deixam milhares de órfãos e, em alguns casos, colocam cidadãos honestos e de boa fé na desagradável situação de “inadimplentes” junto aos órgãos públicos. Mas, os problemas não começaram agora e sua origem pode ser atribuída à relação que se estabeleceu entre essas organizações (não governamentais) e o governo. A maioria das ONG brasileiras, notadamente aquelas que trabalham com as populações com dificuldade de acesso aos serviços públicos, entre elas os gays, as lésbicas, as travestis, foram durante muitos anos sustentadas com recursos governamentais, sob a égide de ações afirmativas que acabaram submetendo-as a convênios draconianos, cujas regras não se ajustam à sua realidade."



Existe outra questão importante: a maioria das Paradas brasileiras era finaciada por recursos do programa nacional de DST-Aids, já que as Paradas significavam importantes reuniões de milhares de homossexuais e a informação sobre Aids e outras doenças era mais fácil de ser disseminada nestes eventos. O Programa de DST-Aids deixou de investir na prevenção da população LGBT? Ou está apenas dirigindo seus recursos para outros eventos?



De qualquer forma, as grandes Paradas, como as do Rio, de São Paulo, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte estão mantidas.

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